domingo, janeiro 23, 2005

Tardes de domingo...


As tardes de domingo são um fenómeno que não consigo compreender... ou saio e o tempo parece que passa a correr, ou fico em casa para adiantar trabalhos da escola... e o tempo parece que passa a correr...

Bem, tanto é assim que hoje não peguei nos livros... deu-me para a preguiça e para ouvir o tio Jeff...
Foi uma tarde ideal, para uma semana que promete ser agitada (consulta no hospital, torneio de basket, acabar de apresentar a aula de Psico... mais o teste de Português, que só escapa por ser sobre Pessoa... revisões para Biologia e Psico, ensaios no Grupo Cénico terça e quinta e se calhar o almoço no Chinês na sexta, mais a aula de Língua Gestual à noite).
Estou a ver que não vou parar... bem, fica mais uma das letras de Jeff Buckley, mais uma canção estupenda para o meu domingo caseiro...


Lover, You Should've Come Over

Looking out the door
I see the rain fall upon the funeralmourners
Parading in a wake of sad relations
as their shoes fill up withwater

And maybe I'm too young
To keep good love from going wrong
But tonight you're on my mind so (you'll never know)

I'm broken down and hungry for your love
With no way to feed it
Where are you tonight?
Child, you know how much I need it
Too young to hold on and too old to just break free and run

Sometimes a man gets carried away
When he feels like he should be having his fun
And much too blind to see the damage he's done
Sometimes a man must awake to find that, really,
He has no one...
So I'll wait for you... And I'll burn
Will I ever see your sweet return, oh, or will I ever learn
Lover, you should've come over
Cause it's not too late

Lonely is the room the bed is made
The open window lets the rain in
Burning in the corner is the only one who dreams he had you withhim
My body turns and yearns for a sleep that will never come

It's never over, my kingdom for a kiss upon her shoulder
It's never over, all my riches for her smiles when I sleep so soft against her...
It's never over, all my blood for the sweetness of her laughter
It's never over, she is the tear that hangs inside my soul forever


Maybe I'm too young to keep good love from going wrong
Oh... Lover, you should've come over... 'Cause it's not too late...
(uma "edite" nisto para dar os parabens às pessoas que, de propósito ou acidentalmente, ja ca passaram... e me puseram um 100 ali em baixo... thanks!)

sábado, janeiro 15, 2005

Identidade

Apetece-me escrever, justificar-me! Expor o meu ponto de vista, mesmo sabendo que poucos serão os que me vão entender.


E no fundo é tão simples... como contar uma história que nada tem de sensacional, que não envolve amores, traições, poder? É apenas a história de uma vida, a minha história, que termina aqui.

Como disse, é simples. Para começar, é preciso fazer o que eu fiz: pegar em toda a nossa vida, como a conhecemos, e imaginar o que nos aconteceria se, a partir de um dado momento, a passássemos a viver como se fossemos o taxista atrás de nós, ou a reformada que vive rodeada de gatos no prédio ao lado. Aí, estarão lado a lado comigo.
Foi isso que fiz, no dia em que começa a minha história: um dia excessivamente bem disposto, o tipo de dia em que nos apetece abraçar o Sol, na esperança de nos transformarmos numa pequena fada. Bom, pelo menos era assim que me sentia...

Na cidade onde vivo os sorrisos são raros. Na verdade, o ódio e a desconfiança dão-se melhor no asfalto e no betão do que a felicidade e a esperança. São questões “agrícolas” que me ultrapassam! Mas a primeira constatação é real: os últimos dez sorrisos que vi estavam reflectidos no meu próprio espelho. Não que eu seja especialmente feliz, não, pelo contrário... Mas aqueles que me rodeiam nasceram sem a capacidade de contrair o rosto em sinal positivo (conseguem fazer algo estranho e semelhante, mas que exprime raiva, apenas...).

Nesse dia, a boa disposição dos elementos naturais contagiou-me... e senti-me tentada a roubar um sorriso à primeira pessoa com quem me cruzasse. Aqui começa a real história; tudo o que deveriam conhecer da minha vida anterior a este ponto, já vo-lo contei.
Cruzei-me, miraculosamente, com a tal senhora do prédio ao lado. Sim, a tal dos gatos... quem sabe se ela não estaria à espera de mim para a fazer sorrir?
Esbocei um sorriso e deixei-a passar à minha frente, com um sinal de simpatia.
E não é que ela sorriu? Pensei para comigo que tinha o dia ganho, até já me imaginava uma espécie de escuteiro-mirim, a fazer uma boa acção diária… ou a pequena fada que ambicionara antes ser, com poderes para tornar os outros felizes.
Depois da minha pequena glória, procurei novo alvo, com a certeza de que seria fácil ver mais alguém sorrir.
Por mim passavam dezenas de pessoas. Todas com ar apressado, a olhar os paralelos do passeio (pergunto a mim própria qual a piada daqueles cubinhos, para toda a gente os olhar assim, como se tivessem a chave da lotaria lá dentro…). É-me dificil encontrar a pessoa certa, a que pareça precisar de modo especial de um sorriso.



Páro no meio do passeio, e fico ali. Nos meus lábios, noto agora um sorriso… já não é de felicidade, nem tanto de surpresa… Sorrio com ar triunfante, porque acabei de descobrir… e agora este sorriso transforma-se num esgar irónico, porque descobri como sou ridicula.
Que é que eu estou a tentar fazer? Que quero dar eu às outras pessoas? O que não tenho? Disse antes que tudo o que deveriam conhecer da minha vida, já estava escrito. Explico porquê: porque na minha vida não há mais nada. Nada, senão a vontade de fugir, de agarrar nas vidas dos outros e vivê-la por eles. Tentei, com a senhora dos gatos… Eu sorri, ela sorriu… mas isso não mudou a minha vida, nem tão pouco a dela. Confesso que só me teria sentido realizada se pudesse ter roubado a alma dela, se pudesse ser eu, a partir dali, a viver rodeada de gatos, a possuir o seu corpo, a sua alma, o seu passado!
Morro de vergonha… e de culpa! Não posso ser uma ladra de vidas, não posso viver pelos outros, na angústia de um pecado desconhecido, de um crime nunca antes previsto… Como construir uma identidade? Que hipóteses me restam?
Só uma, percebo então. O meu sorriso transforma-se, os meus músculos relaxam. Provavelmente até pareço um daqueles mártires, que caminham de cabeça erguida e sorriso espelhado nas faces… que olham de frente a morte.
Sim, porque só isso me resta, só isso me tornará diferente. Morrer para ter uma vida própria, é no mínimo estranho, mas é a minha única solução…

Adiante, vejo o meu eu!



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Perdoem os momentos de loucura temporária da Nandita... graças a Deus são apenas temporários... fosse assim com os nossos políticos e nem estávamos mal...


:)

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Wallpaper



" 'Cause even if you break my heart,
Even if you make things wrong
You will allways be the one
You will allways be my love..."


Um post só para lembrar como é bom ouvir a chuva a cair lá fora (estava a ver que nunca mais chovia...), e estar aqui, no quentinho, com uns óptimos The Gift a espalhar som pelo escritório...

Há dias em que nada nos consegue quebrar o bom astral...


E quando falo em nada, excluo também a publicação do calendário de exames, a quantidade de matéria que tenho de digerir, e as atitudes perfeitamente infantis de certas pessoas que têm a insensatez de tentar ridicularizar o trabalho dos outros... lolol, isto já passa...

domingo, janeiro 09, 2005

Maravilhas da técnica...

Hoje dei por mim a pensar em duas maravilhas da técnica... Minto! Três maravilhas da técnica.

1, o contador! Precisei de meia hora, de site em site, para pôr um contador escondidinho lá no fundo do blog... e tenho a impressão que não sai do zero tão cedo...

2, os dvds cheios de mp3... com um dvd consegui estar a manhã toda a acabar o trabalho de TLB (diga-se de passagem, está um luxo!!!) a ouvir sempre coisas diferentes eheheh

3, o site http://www.bonsaikitten.com, que depois de me informar devidamente, confirmei ser uma "farsa" e que, como isso, é extremamente exótico. Se aquilo fosse de verdade, era a maior parvoíce inventada na era pós-net...


Bem, vou estudar... ando muito negligente com a Química... :)

domingo, janeiro 02, 2005

Foi só mais uma onda...

"Último balanço dá conta de 126.629 mortos confirmados
As ondas gigantes que resultaram do violento sismo do último domingo, ao largo da Indonésia, foram responsáveis por mais de 126.000 mortos e milhares de desaparecidos, em oito países do sul e sudeste asiático. Estes são os dados que constam dos últimos balanços provisórios referentes aos danos provocados pelo tsunami. A Organização das Nações Unidas (ONU) considerou, na sexta-feira, que o número de mortes poderá alcançar os 150.000, não negando que o «número absoluto e definitivo» nunca será, provavelmente, conhecido. "



Jornal de Noticias, 1 de Janeiro 05


Se já não nos lembrávamos que a Natureza tem mais força do que nós, é boa altura de puxar isso à memória...