sábado, dezembro 23, 2006

por aqui



Em jeito de saudades recentes do teu beijo, de frio na pele à falta do teu toque, de frio na alma sem a tua luz que me aquece, de braços vazios sem te ter por perto...
Os dias frios não me chegam para companhia. Estão demasiado luminosos, quase aquecem quando o sol brilha de forma mais intensa. Precisava de frio cortante, aquele que nem o calor deixa chegar ao chão, só luz, fria, aguda, só...
Tenho saudades de mim noutro lugar, acompanhada pelo meu frio, responsável por mim e pelo meu cachecol com as pontas caídas, insuficiente.
Quero vapor branco a acompanhar o som das minhas palavras, narizes vermelhos e faces acordadas pelo frio. A dureza da Natureza como tem de ser no Inverno, estéril e vazia. Horizontes polvilhados de branco, gelo no chão aos primeiros passos da manhã, o movimento como única reacção ao abraço gelado que nos rodeia o corpo.
Em jeito de confissão...


...em jeito de me querer fora daqui.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Um

Escrever isto partiu de uma brincadeira, uma ideia de circunstância... a ideia passou a papel, o papel passou as mãos de alguns amigos (numa bela aula de Nutrição loool), e depois de ouvir os comentários, que ainda hoje ecoam quando a Marta se lembra, achei que podia deixar isto aqui... São coisinhas soltas, depois de umas semanas de silêncio no blog.


-Posso enroscar-me ao teu lado? E podes deixar-me dar-te beijinhos no ombro, enquanto me fazes festas no cabelo...
...
-Enquanto sentes a minha respiração no teu pescoço e as minhas mãos se perdem nos milímetros todos do teu corpo.
.
-... e depois as minhas mãos afagam as tuas costas, e as nossas pernas entrelaçam-se...

-E as nossas línguas deslizam uma na outra... Encosto-me a ti. Como nunca o tinha feito antes.

-A minha respiração é a tua respiração. Os nossos corpos movem-se na mesma lentidão em sintonia...

-Debruço-me sobre ti... Olho-te nos olhos por entre a pouca luz que entra pela janela... Encosto a minha face na tua.

-... e o meu corpo todo beijos teus é-te quente ao toque. A tua pele é um mar de pequenas gotas salgadas.

-E o calor que dele provo deixa-me mais e mais sedento... de fazer amor contigo.

-Eu torno-me entrega, fonte, precipício... Quero que sejamos apenas prolongamentos um do outro, os dois um só! Afago, beijo, carícia, multiplicados por mil.

- À tua entrega me entrego... Sinto a tua alma respirar...ofegante. Acompanhada pela minha. No precipício caímos... Não se vê o fim. Caímos. Cada vez mais fundo...

-E somos murmúrios, gemidos, vozes que se alteiam à escala do prazer... Explosão infinita a ecoar pelos séculos fora! Somos um só...

...

-...adormeci nos teus braços...

-... e eu acordei nos teus...

sexta-feira, novembro 17, 2006

...

Olho através de fragmentos de vidro coloridos. Estou deitado no chão, como em cima do Mundo, e lá acima uma clarabóia mostra-me um céu multicolor.
É um céu distorcido, este. Uma mesma nuvem mostra-se-me em diferentes cores, azul, amarelo, roxo, verde... como uma manta de retalhos estendida por sobre a estratosfera. Onde está o meu feijoeiro mágico, como posso subir e enfrentar monstros de contos de fadas? Não há, e a única porta que se abre para fora deste quarto dá acesso à realidade.
Apetece-me ficar por aqui, poder ver sempre o Mundo por vidros multicolores, distorcido mas apetecível. Ou partir a clarabóia em mil pedaços, e poder levar comigo todas aquelas cores.
Devaneios, viagem, só... A realidade espera-me teimosamente, de pés fincados no chão, lá fora. E eu preciso de me levantar. Só que a gravidade tem a força de cem gigantes, prega-me ao chão e pisca-me o olho, enquanto serve a minha preguiça.
Cerro os dentes, apoio as palmas das mãos no chão, chamo forças que não tinha aos músculos que estiveram sempre ali, distraídos de mim. Elevo-me sobre as mãos, sento-me. Os meus olhos ficam mais perto da clarabóia, assim. E tentam-me.
Não resisto. Levanto-me e estendo a mão. Os encaixes da pequena janela redonda saem do lugar, pela simples vontade dos meus dedos... e todas aquelas cores se precipitam para o chão, os cem gigantes a ajudar-me. Espalham-se pelo quarto, em sons de estilhaço.
Baixo-me, recolho todas as cores, e saio porta fora com o bolso cheio de sonhos...

sexta-feira, novembro 03, 2006

Anjo

Porque surgiste do nada e começaste a caminhar a meu lado. Revelaste-te, revelei-me, conheci-me. Descobri que e bom conhecer pessoas como nos. E foste riso, conversa fiada, tontices a mesa do lanche.
Porque ajoelhaste perto de mim e me cobriste com as tuas asas, quando eu so queria esconder-me do Mundo e sofrer para mim. E me deixaste estar so, continuando ao meu lado, como eu precisava.
Porque beijaste as minhas lagrimas e as fizeste parar, me abraçaste com a força do Mundo e me obrigaste a enfrentar os meus fantasmas.
Porque os afectos criam habituaçao e dependencia, nos fazem fortes em gestos tao pequenos, nos insuflam coragem em sopros indistintos.
Porque nao me abandonas, mesmo se te decepciono... Nao me julgas, mesmo sendo a voz de uma consciencia que insisto em esquecer... Nao me evitas, mesmo conhecendo o pior que ha em mim.
Porque es tu...
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...mas ha quem insista em negar-te a entrada no Ceu a que pertences. Querem cortar-te as asas, rasgar-te as vestes, abandonar-te aos lobos.
E eu aqui, impotente perante semi-deuses todos-poderosos, incapaz de retribuir os gestos, a tranquilidade.
So posso sentar-me a teu lado, e esperar que os meus braços que te rodeiam sejam o bastante para te proteger da tempestade.
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(estava guardado num dos meus cadernos ha coisa de uma semana, no dia em que fiz um pedido importante a uma pessoa importante. Obrigada por teres estado la, comigo. E escrevo-o agora por ter ainda mais a certeza de tudo isto. Sem o teu fervor da Queima, mas completamente sentido, so posso dizer "Miudo, adoro-te!")

terça-feira, outubro 10, 2006

De que são feitos os sonhos?

Acordo.
Abro os olhos a custo, colados pela força de lágrimas que não me lembro de ter chorado. A claridade exterior cega-me, tenta-me a cerrar olhos de novo. Resisto.
A claridade brota das paredes, do tecto, do chão onde me encolho, e atinge-me, penetra as minhas roupas, os meus poros. Tudo branco. Brancas as paredes, branco eu, ligados por fios luminosos, imaginários, que me prendem onde estou.
Não me lembro como cheguei aqui. Não consigo perceber sequer por onde entrei, onde está a ponta do véu branco que cobre tudo. A náusea apodera-se de mim, mais do que o medo. Confusão, só.
Não há nada que me situe neste espaço indefinido, e até as minhas memórias parecem começar a esfiapar-se em branco.
Agarro-me ao que resta delas. Preciso reconhecer pormenores coloridos, com sombras e movimentos. Quero cores definidas e separadas, o que quer que seja que me afaste desta mistura de tudo que é o branco.
E começo a ver. Vejo. Faço crescer à minha volta um jardim colorido, todos os tons de verde para uma relva que quase consigo pisar, as gradações mais raras de todos os amarelos, vermelhos, azuis para formar flores e frutos de odores fortes... e um céu de azul profundo acima de mim, acima de tudo, que me deixasse fugir.
Há agora um conforto colorido na minha cabeça. Instalo-me mentalmente neste jardim, aconchego ao peito as flores que mais amo, começo a vê-lo crescer para lá da minha imaginação.
E deixo-me ir. Já não há náusea, há encantamento. Com um piscar de olhos posso tornar o que me rodeia noutra coisa qualquer... e a sensação de poder fascina-me.
Acabo por perceber que não estou acordado. Que me vi fechado na caixa branca dos meus sonhos. E que sonhei em paz, como não fazia há muito.
.
Afinal, será assim que construímos os nossos sonhos?

domingo, outubro 08, 2006

Constipação

Tenho uma grande constipação,
E toda a gente sabe como as grandes constipações
Alteram todo o sistema do universo,
Zangam-nos contra a vida,
E fazem espirrar até à metafísica.
Tenho o dia perdido cheio de me assoar.
Dói-me a cabeça indistintamente.
Triste condição para um poeta menor!
Hoje sou verdadeiramente um poeta menor.
O que fui outrora foi um desejo; partiu-se.
Adeus para sempre, rainha das fadas!
As tuas asas eram de sol, e eu cá vou andando.
Não estarei bem se não me deitar na cama.
Nunca estive bem senão deitando-me no universo.
Excusez un peu... Que grande constipação física!
Preciso de verdade e da aspirina.
Fernando Pessoa
E este é um retrato fiel dos últimos dias... de uma constipação mais curada a teimosia e a vontade de sair da cama do que a medicamentos... A primeira deste Inverno, e espero que a última, para bem de quem convive comigo... as dificuldades em aturar uma Nandita engripada são muito maiores do que as de aturar a Nandita versão standard...
Um grande atchim para vocês ;)

sexta-feira, setembro 29, 2006

Choro


Devolvo-te ao teu corpo num beijo. Desperto a tua alma por aquecer os teus lábios… Sopro-te no pescoço, acaricio a tua pele…

Mas perco-me na loucura do que sei impossível.
Levanto-te em braços na força do meu desespero.
Chamo-te, beijo-te, suplico.
Mas a gravidade cola-te ao chão, não te deixa abrir os olhos, esboçar sequer um sorriso. Porque não te mexes? Que é da tua voz, do teu passo? Para onde fugiste?
Colo-me ao que resta de ti, protejo-o como algo sagrado, imaterial, mas já não és mais que pó, vapor, sangue… frio, mudo, quieto.
Ergo olhos ao céu, a um Deus que não me existe. Peço-te a ele, a tua alma, que ma devolva. Com um beijo, um sopro, um toque… mais poderosos do que os meus. Sou só um Homem, não posso nada.

Mas não há resposta, e abraço-te enquanto te choro.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Sinto que lá fora, na noite, já faz frio. E arrepio-me pelo prazer esperado do contacto com o relento.
Saio à varanda. A cidade dorme, como se espera, a esta hora. Só um ou outro carro desce a avenida, e corta o silêncio murmurante. Há pontos luminosos que desenham os contornos da cidade, como um quadro de Seurat, vivo, nocturno, a exibir-se a meus olhos.
O ar frio sabe-me bem na pele, arrefece-me o sangue. Depois da lassidão do tempo quente, sabe bem este despertar violento para a vida, a minha, em banho-maria há meses. Há sensações e pensamentos difusos a tomar forma, a ganhar contornos mais definidos.
Sorrio. A minha vida tem os contornos desta cidade… mas os meus pontinhos brilham mais timidamente.
Ajeito a camisola contra o pescoço, tudo o que nos acorda também consegue ser desconfortável. Mas estou bem aqui, sinto-me lúcida… e viva!
Não sei o que resulta de momentos assim, de introspecção a frio. Nunca há nada definitivo nas minhas decisões, há apenas a sensação de que afinal sei quem sou, e sei que sou capaz de enfrentar o Mundo… erguendo alto as minhas convicções e até as minhas incertezas, como parte integrante e orgulhosa de mim!
Sim, eu sei quem sou…

quarta-feira, setembro 06, 2006

Viagens

Entro no autocarro e escolho um lugar. Invariavelmente atrás. Invariavelmente à janela.
Foi mais um dia cheio, de aulas, de risos, de minutos leves. Mas estou cansada. Preciso de me ouvir a mim, para lá das gargalhadas e das questões anatómicas e histológicas.
Repito para isso gestos diários. Procuro o leitor, ajeito os auscultadores, recosto-me mais no meu lugar… e observo.

O leitor vai debitando sons, os meus, mais alternativos, mais pop, consoante os dias, mas sempre algo que me acalme.
Hoje é ao som de "Come into my heart" que passo pelo complexo desportivo, e posso ver, em todo o seu esplendor, o recorte das duas serras, ao pôr do sol. Marão e Alvão confundem-se na sua junção, vistas daqui. E os raios de um laranja muito vermelho que os encimam dão ares diferentes às nuvens de fim de tarde.
Desço a estrada para Vilanova já dentro de outras melodias. O desespero rasgado de "Bliss" agita de forma diferente as folhas das árvores que ladeiam a estrada, e só deixam adivinhar o pasto junto ao rio. É fim de tarde, até a paz me soa diferente.
Hoje a volta é grande. Passo em Mateus. "Bonita" faz-me cócegas nos ouvidos, como uma língua que beija. E à minha frente estendem-se vinhas baixas, uma semi-encosta de quinta, que me faz sonhar com um futuro próximo, de trabalho junto do que gosto.
Viramos para Abambres. Sorrio mentalmente à lembrança do ditado em tempos de praxe, quando nos punham a cantar que o ar de Abambres fazia as ditas mais grandes. Já são menos os meus companheiros de viagem, a noite já vem próxima. Há Damien Rice a falar pertinho de mim… "stones tought me to fly, life tought me to die"… e apetece-me sorrir para a miudinha que vai agora sair, de mãos dadas com o pai.
O autocarro já vai entrando de novo na cidade. Observo o militar à porta do Regimento, em pose rígida, severa, perdendo as horas sabe Deus em que função protocolar. Também tenho dias assim…
Entramos ao bairro de S. Vicente de Paula, já caiu a noite e só vejo as luzes penduradas prédios acima, famílias que se juntam à hora sagrada do jantar. Para os lados de Lordelo, todas as casas são pontos brilhantes, e estendem-se até ao sopé do Alvão.
Campo de futebol, cadeia, Igreja… os vinte minutos de uma viagem passaram depressa, estou à porta de casa. Já corre um arzinho mais frio, e volto a apertar o casaco. Passo o túnel a dançar ao ritmo de "Our hearts will beat as one", para espanto dos vizinhos por quem passo.

E estou em casa… Pronta para as novidades do resto da minha família em ponto pequeno.


(Homenagem ao 1, o autocarro fiel das minhas viagens de fim de tarde no último ano)

domingo, agosto 27, 2006

Sacudir a toalha...

Sacudo a toalha
E espalho ao vento pequenos pontos brilhantes.
Com a areia vão todos os segundos, os momentos daquela tarde de praia.
A areia era quente, a água gelada e límpida, o teu corpo um cais seguro...
Olhas-me com olhos de miúdo, olhos em ponto de interrogação. E ris... e fazes-me rir!
O tempo passa a correr quando não sentimos o sol, nem o vento... só aquele quadrado de areia em que estendemos toalhas e deixamos os minutos contar.
Mas agora sacudo a toalha... se calhar o Verão acabou um pouquinho, ao acabar esta tarde.
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Olho os pontos que se espalham no ar, voltam à areia de onde os agarrei... levo alguns na pele, junto com o sal da água e do teu beijo.
.
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E trago toda a praia comigo...

sábado, agosto 12, 2006

Mulheres

Vão pelo caminho romano, ladeado de silvas e cardos roxos. Lenços, chapéus de abas largas, a saia e o avental muito pretos, tão pretos como a saudade...
Levam sachola, balde, pão e vinho para quando a fome apertar e as gargantas secarem.
Caiu a noite há pouco.
Cantam


Se fores à erva, vai ao Valadinho...
No rosto, estão marcadas muitas mais modinhas, a cantiga dos dias de trabalho de sol a sol, o entoar dos cânticos de Igreja, misturados com a realidade de trabalhar a terra...
Tomai e recebei, as horas do meu dia
Alegrias e dores, penas e trabalhos...
São as mulheres que passam para o campo.
São as minhas avós, semente e terra da vida dos meus pais, eco intemporal que me chega agora, ao anoitecer, nessa hora antiga de saídas para a rega, para uma noite inteira de trabalho ao luar.
São a fibra de que os meus pais me fizeram, a parte de mim que chora quando tem de partir, sair das leiras verdes, abandonar a vinha e os campos de milho de uma infância que não podia ter sido mais feliz.
Já não nos acompanham nos trabalhos do campo, já partiram a dar graças ao Senhor que sempre acreditaram em vida. Mas olham por nós, continuam a velar pelos que cá ficaram.
Não sei porquê, mas sei que sim.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Cabeça cheia \ Cabeça vazia

Há qualquer coisa no tempo de férias que me desassossega. Neste tempo em que é suposto não pensar em nada sério, como o caso de empregos, aulas, exames, livros, em que deviamos andar de cabeça leve...
... há qualquer coisa de difuso que me enche a cabeça. Um zumbido constante de uma preocupação que eu sinto que DEVIA ter, mas não tenho, de horas certas que eu DEVIA seguir, mas que ignoro, de coisas inadiáveis que DEVIA cumprir, mas que deixo arrastar...
Não é certa ainda esta teoria, mas começo a achar que o nosso cérebro, que fervilha durante todo um ano de compromissos e prazos, chega ao fim de Julho, quando devia desligar, e não consegue. Como uma máquina que sobreaqueceu e na qual os botões deixaram de funcionar! Como se a lei da inércia se aplicasse também aos processos mentais...
Talvez este meu princípio de teoria seja um sinal de como o calor que entra pela janela me anda a afectar. Mas também não quero saber... e o cérebro continua ocupado com tanta coisa, que porei mais esta em lista de espera!

Desliga, cabeça... e deixa-me descansar só um pouco!

terça-feira, agosto 01, 2006

Não




Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar... Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Álvaro de Campos
(leituras deliciosas em tempo de férias...)

sábado, julho 29, 2006

Espelho

-Olha-me nos olhos… o que vês?
- Vejo céus que se continuam com a terra, o verde que toca o azul...
- Que mais?
- Vejo que eles procuram um outro céu, anseiam outra terra. São como dois pássaros presos, que só esperam o dia de voltar ao espaço absoluto…
- Esperam?
- …E sabem que esse dia vai chegar, mas estão cansados do cativeiro, não pertencem aí... Vejo saudades de regressar a casa, uma vontade infinita!
- Vês tudo isso nos meus olhos?

- Não… vejo tudo isso na tua alma

domingo, julho 23, 2006

Esmagamento

Procurávamos um sítio para tomar banho, uma qualquer clareira apetecível em tempo quente. À última da hora, planos feitos em cima do joelho, lembrámo-nos das Fisgas, perdidas no meio do Alvão.
"Siga para as cascatas!" Bebidas e comida espalhadas no banco de trás, e fomos de viagem...
O que é certo é que nem molhámos os pés. Não chegámos perto da água. Não nadámos, nem sequer apanhámos banhos de Sol...
Mas aquela paisagem...
De um lado as cascatas, a martelar na paisagem granítica até lá abaixo... e do outro, o esmagamento.
Uma paisagem toda ela ar e pedra, a sufocar enquanto liberta. E o Sol quase a por-se... e o vento a fazer festas no cabelo. Andava uma águia lá em cima, de certezinha...
Não sentia o mesmo desde que me tinha perdido pelas aldeiazinhas da Régua, já lá vão tantos anos...
Estivemos lá quanto tempo? Não sei... mas foi o tempo de um silêncio em paz, de conversas banais que faziam todo o sentido ali, sentados nas rochas a que tinhamos trepado.
Foi uma tarde que me marcou. Não pelo que dissemos, mas por estar num sítio onde me sentia ao mesmo tempo livre e dominada pelos elementos, capaz de tudo e ao mesmo tempo tão frágil, tão eu...
Regresso a casa já de noite, a serpentear pela estradinha de alcatrão. Terras pequenas, encaixadas na montanha, onde apetece voltar, ficar, perder-me...
É bom ter-te ao meu lado, e sentir-me igual, compreendida. A amizade não tem preço, mas a tua vale milhões... fica a vontade de regressar!
Tempo de férias dá nisto!

domingo, julho 16, 2006

Mar

Hoje estive na praia... Já sem o calor das horas proibidas, o sol ia lambendo a areia, enquanto as ondas rebentavam na praia, cheias do sargaço de Carreço. Estava-se bem, até mesmo a minha "Bikini-fobia" estava controlada, e apetecia ir tostando ali, ao lado das rochas.
Estive bem, esta tarde... e o mais apetecível era aquele chamamento do mar, aquele marulhar baixinho e luminoso. Apetecia adormecer no mar, depois das ondas frias me baterem nas pernas e da água me picar os olhos e deixar um gosto a sal na língua.
Voltei a casa com novas coragens, o tipo de resoluções que se tomam no Ano Novo, mas abençoadas pela água fria da praia...



(tinha saudades de postar qualquer coisa... e as coisas banais também são parte da vida... pelo menos da minha.)

sexta-feira, junho 30, 2006

Summer comes...

Entrou o Verão, e de alguma forma a paz que eu previa... Continuam os exames, continua a vida (sim, o Mundo gira..), mas agora com uma calma que não conhecia há uns bons meses.
Falta pouco para as férias verdadeiras, a praia, o Sol sem preocupações... mas também para uma saudade grande daquilo que foram estes meses aqui, escondida atrás do Sol nascente.
Volto, com toda a certeza, em Setembro, com vontade de viver mais e melhor... e de conhecer de novo esta terra que também é minha, que me entrou no coração.
Obrigada a quem conheci, obrigada a quem amei, obrigada às lágrimas que chorei e que foram chuva fértil nesta terra quente... foram vocês que me fizeram o que sou agora...
E voltam-me à memória os sons e a voz da "Summer will Bring U over"... toda a nostalgia de um Verão que ainda nem começou... summer will bring u over, we will stay forever... em qualquer praia ou lugar, com os amigos que me enchem o coração...

domingo, junho 25, 2006

Nas palmas das minhas mãos

Uma chávena de leite morno, e uma mão-cheia de biscoitos de chocolate...
... E parece-me ter o Mundo a aquecer nas palmas das minhas mãos.
Será que vem aí o dia quente e confortável que espero há meses?




(São só devaneios em tempo quente...)

domingo, junho 18, 2006

De como crescemos de cada vez que nos magoam

(Nem tudo aqui exprime a minha opinião séria e racional. É apenas um devaneio de quem também se deixa levar pelas emoções. O ser Humano recusa por tendência a dor, embora saiba que tem de passar por ela.)
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Há dias em que a saudade de ser criança é demasiada para se aguentar. Pode parecer demasiado Pessoano, mas não deixa de ser verdade. Aqueles dias em que a responsabilidade máxima era não sujar demasiado a saia nova, ou em que o mais doloroso que nos podiam fazer era chamar-nos feios ou caixa-de-óculos, luzem acima de nós como lembranças de despreocupação e felicidade máximas.
Mas hoje, no mundo real (dolorosamente palpável), não há irmão mais velho que me proteja do gozo dos outros meninos, não há mãe que me cure as feridas com muita tintura de iodo, em desenhos de flores espalhados por toda a perna. Estão longe, no tempo e na distância.
Agora dói a sério, cada golpada, cada ferida.
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Magoaram-me, confesso. Muito, demais em pouco tempo. Os Homens, os Deuses, o Destino. Em poucos meses, parece que veio um tornado e virou a minha vida do avesso. Namorado, amigos, família, muitas mudanças… e a maior parte dolorosas e definitivas.
Mas, ao que parece, é isto que nos faz crescer. A dor é um adubo, puxa por nós, obriga-nos a crescer. Mas este ganhar de raízes mexe comigo.
O principal não é o lado exterior e estereofónico da dor. O choque, a surpresa, o choro, a raiva… passam todos, o tempo apaga-os. Mas a dor de dentro, difusa, fininha, a moer… essa custa mais. É essa que deixa marcas, como novos ramos deixam nós na árvore mãe.

Há um lado em mim que continua a chorar baixinho, mesmo agora que a dor exterior assentou.
O processo é lento, pesado. E assim aprendemos a ser mais atentos, a ser mais desconfiados, mais frios, mais distantes… mais adultos!
Passar para o mundo “dos grandes” é basicamente perder a espontaneidade e a confiança nos outros. Nunca sabemos quem nos pode atingir, ou quem se vai tornar nosso aliado… não se pode arriscar.
Magoaram-me, sim… e eu só quero voltar atrás, fugir do que é real e tão feio… voltar às corridas e aos jogos e aos bichos apanhados no meio do quintal. Cresci, e só quero ser pequenina de novo…
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Crescer por dentro é desiludir a criança que trazemos agarrada a nós.

sexta-feira, junho 09, 2006

Quanto basta

Não foi mais do que um abraço, um beijo no ombro, um sinal de “estou aqui, podes disparatar à vontade”… foi quanto bastou para as lágrimas correrem, para despejar as minhas dores, as minhas incertezas, o medo que trazia de casa, escondido, a formar uma bola no peito.
Tentavas distrair-me, com coisas do quotidiano, mas estava sempre lá qualquer coisa, a moer, a causar-me um cansaço de tudo, um pressentimento, a doer baixinho…
Era meia-noite, e do outro lado da linha confirmavam-me o que eu não queria saber, mas já sabia.
E tu estavas lá, em silêncio. Deixaste-me chorar, sofrer para mim… e depois abraçaste-me.
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Com força...
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Muitas vezes é quanto basta.

terça-feira, maio 23, 2006

À meia luz...

É à meia luz que os corpos se despem de medos, de perguntas... de roupas...
Na mistura de corpos o único tecido que se pede, e se dá, é a pele...
Trocam-se mimos, aquece-se o vazio da alma em momentos partilhados com quem sofre como nós...
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E depois...
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Levantam-se as cortinas!
Sente-se o sol de mais um dia entrar pela janela, entrar por nós...
.
.
.
E o Mundo continua a girar, sem fazer perguntas...

segunda-feira, maio 15, 2006

Sem mais contos de embalar...


Em tão pouco tempo, é incrível como a tua presença deu a volta à minha vida...
De mansinho, encantador, abriste as portas de todo um mundo, abriste-me os olhos...
Depois fizeste jus à tua alma de furacão... as decisões e as indecisões mexeram fundo na minha vida, mas infelizmente não mudaram o que sinto.
Só quero agradecer, pela frontalidade. Tardou, mas chegou... e foste sincero.

Preciso de continuar, agora... sem mais contos de embalar...
.
.


domingo, abril 30, 2006

Azul saudade...

Hoje olhei-me ao espelho, acto reflexo, natural...
E reparei que os meus olhos deixaram de ser verdes...
-
Estão azuis, de um azul saudade...

sexta-feira, abril 21, 2006

...

Hold Still
.
.

In this little town
cars they don't slow down
The lonely people here
They throw lonely stares
Into their lonely hearts
I watch the traffic lights
.
I drift on Christmas nights
I wanna set it straight
I wanna make it right
But girl you're so far away
.
Oh, hold still for a moment and I'll find you
I'm so close, I'm just a small step behind you girl
And I could hold you if you just stood still
.
I jaywalk through this town
I drop leaves on the ground
But lonely people here
Just gaze their eyes on air
And miss the autumn roar
.
I roam through traffic lights
I fade through Christmas nights
I wanna set it straight
I wanna make it right
But man you're so far away
.
Oh, I'll hold still for a moment so you'll find me
You're so close, I can feel you all around me boy
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there
.
Oh, hold still for a moment and I'll find you
You're so close, I can feel you all around me
And I could hold you if you just stood still
.
Oh, I'll hold still for a moment so you'll find me
I'm so close, I'm just a small step behind you
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there
I know you're somewhere out there
..
.

Obrigado David...

quarta-feira, março 29, 2006

Amanhã começo...

Às vezes, não olhamos bem em nossa volta, quando andamos na rua… E eu começo a achar que tenho perdido pormenores importantes! As imagens fotográficas da realidade quotidiana tornaram-se uma parte querida das minhas memórias mais antigas. Agora pareço querer barrar a entrada a novas imagens.

Deve ser coisa da idade, mas ultimamente dou por mim a caminhar de olhos no chão… concentrada em desenhos geométricos e restos de pastilhas elásticas, como se o Mundo pudesse acabar, por eu não os olhar devidamente. Pareço ridícula? Pareço-me ridícula…

Há uns tempos defini-me como anti-social. É um termo como qualquer outro, com a sua dose de imprecisão, mas o rótulo caiu-me por terra quando alguém achou que eu “tenho jeito para lidar com as pessoas”… Começo a achar estranha esta contradição, entre aquilo que eu me sinto, e aquilo que as pessoas me acham…

Sou anti-social, embora não saiba o que significa isso em termos absolutos. Sou anti-social pela minha tendência em evitar os outros. Só! Tenho medo de entrar sozinha num autocarro, de perguntar a alguém o caminho mais curto, de chamar o empregado de café… Assusta-me falar com quem não conheço, na minha cabeça todos me observam de cima a baixo e me julgam, em dois segundos!

Mas não… eu tenho “jeito” com as pessoas. Qual jeito? O jeito de conseguir trocar duas palavras e um sorriso com as pessoas que conheço? Isso não é mais do que o mínimo e indispensável… Se, à partida, conheço a reacção de quem me está a ouvir, não me sinto minimamente constrangida…

O meu problema é com o Mundo, não com a minha aldeia!

Deve vir daí a minha nova tendência de caminhar de olhos no chão. Raio de medo de enfrentar o Mundo! É algo que eu estou a tentar contrariar.

Hoje, aproveitei o facto de ir sozinha, numa cidade que é quase fantasma aos domingos, para olhar em volta. E senti saudades… pela senhora que andava no jardim a arrancar ervas, pelo homem que ia ensinar a filha a andar de bicicleta, pelos miúdos que se juntavam ao sol, em bandos, pelos velhotes que jogavam a sueca no café…

Saudades de quê? Não sei, saudades de outras imagens, aquelas que entravam em magotes pela alma: magustos intermináveis, com todos os homens a jogar as cartas, a minha mãe, sempre em cuidado com as suas flores, a minha primeira bicicleta, uma geringonça que se desmontava sozinha, as saídas de casa para ir sabia Deus aonde, no banco de trás, a conhecer o mundo pela voz do meu pai…

Talvez o meu caminho desta tarde me tenha ajudado a ganhar coragem. Se eu não tinha medo naqueles dias, guiada pela sabedoria dos meus pais, porque é que vou começar a tê-lo agora, que me posso guiar pelas minhas descobertas, pelas minhas experiências?

Amanhã começo…

domingo, março 05, 2006

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Manias... by Nandita

Bem, a impressaodigital meteu-me em trabalhos ;) Aqui ficam as minhas 5 manias:

----> Mania de tirar a pelezinha de cima do leite (mesmo que ela não exista)
----> Mania de implicar com as pessoas de quem gosto
----> Mania de ser despistada ao ponto de não perceber o que se passa com as pessoas que me rodeiam
----> Mania de me achar sempre miserável (passe o coitadismo)
----> Mania de tentar dizer piadolas...



Ok, a minha parte está feita... agora passo a batata a estes cinco:

João Morais
Inês Pinto
Juliana (presideeeeeeeeeeinta)
_Eagle_
Malta do "Mas Qual é a Ideia?"

Os links estão aqui ao lado...
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As regras estão aqui em baixo:
Regras:"Cada blogger nomeado tem de enumerar cinco manias suas, hábitos pessoais que os diferenciem do comum dos mortais.E além de tornar público o conhecimento dessas particularidades, terão de nomear cinco outros bloggers para participarem igualmente no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogs, aviso do "recrutamento". Além disso cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blog."

domingo, fevereiro 05, 2006

Saramago



"Saberemos cada vez menos o que é um ser humano"
Livro das Previsões
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Assim "começa" Saramago o seu mais recente "As Intermitências da Morte"... Confesso que gostei, como tem vindo a ser hábito, do novo livro... mas esta coisa da morte deixar de funcionar deixou-me com macaquinhos na cabeça...

domingo, janeiro 22, 2006

Vila Real com concerto em grande

Ontem lá fui eu, ver o concerto do David Fonseca... fica aqui o testemunho ;)

O Grande Auditório do Teatro de Vila Real estava praticamente cheio para acolher mais um concerto do David Fonseca. Gente de todas as idades, desde miúdos a bater palmas freneticamente, a velhotas da “alta sociedade”…
Depois de um jantar “a correr” no Dolce Vita, com a Irene, a Magda (coitadas, o que elas me aturaram durante o concerto…) e o Bruno, lá fomos para o Teatro. Primeira fila, privilégio de poucos!
À hora marcada, abrem-se as cortinas e ouvem-se os primeiros sons de um concerto que havia de durar quase duas horas: “Lo_ove burns”, não era a canção de abertura que eu esperava, mas revelou-se um bom começo… nos cantos do palco duas grandes árvores pintadas em cartão, a lembrar os cenários das peças de teatro da primária. David Fonseca surge como uma espécie de mago de casaco cinza, a transformar as duas horas de concerto em pura magia…
Antes de atacar a “Swim”, pára tudo, e explica que a canção surgiu ao ouvir uma canção de Elvis Presley… trauteia o refrão, e segue com a canção.
Durante o resto do concerto fez o mesmo, sempre com grande empatia para com e do público… Falou de Vila Real, das paisagens transmontanas (risota geral do público, onde o tio David vê montanhas lindas, o resto do mundo vê os perigos do IP4…).

Antes do primeiro single, começo a ouvir uns sons que me são familiares, no entanto não são nem de Silence 4, nem de David Fonseca… surpresa e agrado meus quando reconheço “Song to the Siren”, arrepiante e perfeitamente harmonizada como introdução da “Who are u?”.
O alinhamento não é coisa que me fique na cabeça, devo confessar… ficam-me gravados na memória os ritmos, a energia em palco, a conversa constante com o público…
Antes da “Longest Road”, senta-se, como é habitual, em frente ao público e fala directamente com a senhora à sua frente. “Assustador, não é?” e explica que um dos seus medos nos espectáculos de magia era ser chamado ao palco… “é que, sabem, sou muito tímido!” e mais gargalhadas no público. Durante a canção revela-se o verdadeiro mágico: ao inicio apenas acompanhado da guitarra, vai apontando um a um os membros da banda, ate todos o acompanharem. Em termos cénicos, torna-se deveras interessante!
Por entre uma cover que não consegui reconhecer (ajudem-me se estiveram lá), vai desfiando mais conversa… e explica de onde surgiu a “Open legs wide”. Impossível de imaginar por mim, surgiu de uma máquina de ritmos comprada no E-bay, que tem um ritmozinho irritante chamado western e que lhe inspirava o bater de cascos de cavalos… Imita-o, depois relincha (ai ai), confessa que passou horas a ouvir esse ritmozinho irritante (“há pessoas que ao fim de semana vão aos centros comerciais, fazem umas compras… eu faço isto!”) e a “Open legs wide” ganha toda uma nova dimensão para mim eheheh
Por entre as canções do novo álbum (interpretação super enérgica de “Our Hearts Will Beat as One”), aparecem temas como “To Give”, “Angel Song”… e os temas que já tinha ouvido em Ponte de Lima, “The 80’s” (precedida daquela canção conhecidissma do “dah, dah, dah…” que agora aparece na publicidade do Maxicrédito eheheh, de chapéu no alto da cabeça e o público a acompanhar! Mais uma vez, não sei o nome da canção… ajudem-me ;) ), “Someone That Cannot Love”, “U make me believe”, “Sing me Something New” na despedida…
Antes de cantar “Hold Still”, tão bem acompanhado pela Ritinha, explica que foi buscar inspiração a duetos marcantes… e exemplifica! Um falsete estranhíssimo, que volta a deixar o publico de sorriso no canto da boca.
O concerto acabou por passar a correr… e o fim não foi fim… Encore, volta todo o mundo, mais três canções… e quando todo o mundo pensa que ele não volta, eis que o senhor David volta sozinho, senta-se em frente ao órgão… e continua a conversar.
Segundo ele, começou a ter aulas de piano, corrige, de órgão (“que só pelo nome arrepia”) muito pequeno, porque queria ter alguma coisa com que fazer barulho em casa… a grande decepção foi ter um ano inteiro de solfejo, David solfeja, o publico ri, e ri ainda mais quando ele se lembra de falar de Eurico A. Cebolo e do seu “Órgão mágico”…Explica que as canções que aprendeu nesses anos eram perfeitamente inúteis, pelo menos ate agora, porque pela primeira vez vai tocar em público alguma das coisas que aprendeu, … e toca uma daquelas modinhas populares. Mais gargalhadas, David sente que tirou “um peso das costas” e continua com o espectáculo.
Sozinho, ao órgão, com uma canção rabiscada à mão, resgatada da Net momentos antes, prepara-se para, segundo ele “tentar tocar” a “I drove all night” do Roy Orbison… justifica-se: “se uma senhora chamada Celine Dion já fez uma versão… ela destruiu, eu vou tentar edificar!” O verdadeiro sucesso!
Há ainda tempo para a cover dos Roxy Music, “Let´s stick together”, para apresentar e aplaudir os músicos que o acompanham… e acaba por aqui! Duas horas que passaram a correr…
Foi um concerto verdadeiramente enérgico, com uma aceitação entusiasta por parte do público… e notava-se que era um trabalho mostrado com prazer, e sempre com muito respeito pelo público. Foi muito bom!

Cá fora, a maior parte do público já vai saindo quando passa o David. O Bruno disse-me que ele parava a falar com o espectadores, por isso ganhei coragem e acabei por lá ir, é muito estranho falar cara-a-cara com alguém que admiramos… beijinho, parabéns… e ao falar-lhe de um e-mail que enviei(com conselhos sobre o IP4), acabo por ser apanhada de surpresa… “chamas-te… Fernanda… a Nandita do fórum, não é?” Bem, no meio de todo o mundo que circula no fórum, é agradável ver o nosso nome reconhecido ;) lá ficou o autógrafo para a Nandita e não para a Fernanda!
Diz-me que ainda estão a fazer a agenda para este ano, que é possível ainda vir a Viana, volto a dar os parabéns, mais beijinhos, e acaba por dizer que ainda há-de participar activamente no Fórum (eheheh, promessas, ele diz isso a toda a gente…)

Bem, fica aqui a review do concerto de ontem, não deve diferir em muito dos outros concertos da tournée… e daquilo que eu me tenha esquecido avisem, que corrijo ;)