sábado, dezembro 23, 2006

por aqui



Em jeito de saudades recentes do teu beijo, de frio na pele à falta do teu toque, de frio na alma sem a tua luz que me aquece, de braços vazios sem te ter por perto...
Os dias frios não me chegam para companhia. Estão demasiado luminosos, quase aquecem quando o sol brilha de forma mais intensa. Precisava de frio cortante, aquele que nem o calor deixa chegar ao chão, só luz, fria, aguda, só...
Tenho saudades de mim noutro lugar, acompanhada pelo meu frio, responsável por mim e pelo meu cachecol com as pontas caídas, insuficiente.
Quero vapor branco a acompanhar o som das minhas palavras, narizes vermelhos e faces acordadas pelo frio. A dureza da Natureza como tem de ser no Inverno, estéril e vazia. Horizontes polvilhados de branco, gelo no chão aos primeiros passos da manhã, o movimento como única reacção ao abraço gelado que nos rodeia o corpo.
Em jeito de confissão...


...em jeito de me querer fora daqui.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Um

Escrever isto partiu de uma brincadeira, uma ideia de circunstância... a ideia passou a papel, o papel passou as mãos de alguns amigos (numa bela aula de Nutrição loool), e depois de ouvir os comentários, que ainda hoje ecoam quando a Marta se lembra, achei que podia deixar isto aqui... São coisinhas soltas, depois de umas semanas de silêncio no blog.


-Posso enroscar-me ao teu lado? E podes deixar-me dar-te beijinhos no ombro, enquanto me fazes festas no cabelo...
...
-Enquanto sentes a minha respiração no teu pescoço e as minhas mãos se perdem nos milímetros todos do teu corpo.
.
-... e depois as minhas mãos afagam as tuas costas, e as nossas pernas entrelaçam-se...

-E as nossas línguas deslizam uma na outra... Encosto-me a ti. Como nunca o tinha feito antes.

-A minha respiração é a tua respiração. Os nossos corpos movem-se na mesma lentidão em sintonia...

-Debruço-me sobre ti... Olho-te nos olhos por entre a pouca luz que entra pela janela... Encosto a minha face na tua.

-... e o meu corpo todo beijos teus é-te quente ao toque. A tua pele é um mar de pequenas gotas salgadas.

-E o calor que dele provo deixa-me mais e mais sedento... de fazer amor contigo.

-Eu torno-me entrega, fonte, precipício... Quero que sejamos apenas prolongamentos um do outro, os dois um só! Afago, beijo, carícia, multiplicados por mil.

- À tua entrega me entrego... Sinto a tua alma respirar...ofegante. Acompanhada pela minha. No precipício caímos... Não se vê o fim. Caímos. Cada vez mais fundo...

-E somos murmúrios, gemidos, vozes que se alteiam à escala do prazer... Explosão infinita a ecoar pelos séculos fora! Somos um só...

...

-...adormeci nos teus braços...

-... e eu acordei nos teus...