quarta-feira, dezembro 26, 2007

Não há resoluções de ano novo

Só queria ser menos amarga, sabes? Ter crescido o que cresci sem esta dose de azedume nos olhos... Porque num ano vemos tudo a mudar à nossa volta, e quando reparamos, somos nós que estamos diferentes... é a nós que notam mudanças, cansaço, impaciência.
Não digo que seja mau, claro! Gosto do que aprendi, do que cresci. E se me esforçar, até aprecio o que sofri, sei que fez falta. Pelo menos evitou-me repetir uns quantos erros parvos, se sei bem que me magoei e andei a magoar as outras pessoas. Mas porra, tornei-me tão descrente de tudo... Pareço o Velho do Restelo, abano a cabeça e rejeito a novidade, porque desconfio sempre. Não me arrependo de mais um ano, sabe-me bem o que está para trás e dá-me força para o que ainda me falta. Mas se eu fosse só um pouco menos eu...
É fim de ano, e estou a repetir as lamúrias de outros anos, a minha velha crendice em não crer em nenhuma resolução de ano novo, nenhum raio de promessa de ser melhor, mais magra, mais bem sucedida, mais desejada, mais rápida, menos trapalhona...
Este ano, só quero ser menos azeda, acabou-se... e isto eu prometo!
Um bom ano para vocês.