quinta-feira, abril 17, 2008

Em modo automático

Custa ver-te assim, sabes? Ver-te desistir das coisas, fraquejar... porque sei que não és assim, que há mais força aí dentro do que a que te deste ao trabalho de utilizar.
Não são as frases cheias de confiança que vais despejando que me sossegam, porque é no correr dos dias que vejo que elas são só... frases. Tretas, com tantas falhas como o coração humano.
É o pouquinho que vais morrendo, dia a dia, que eu vejo. E que não me deixa acreditar. Mas são escolhas, e cada um faz as suas. Boas ou más.
"Assim", dizes-me, "custa menos". Mas...
Há sempre um mas quando falas. Mas vives atormentado pelo passado. Mas na verdade estás ainda mais amargurado que antes. Mas na verdade não consegues deixar de achar que tens poder sobre coisas que já te escaparam há tanto tempo das mãos. Mas já não és tu que estás aí. E eu não conheço essa pessoa nova e fria que apareceu. Uma autêntica muralha.
Porque agora vives em modo automático. Senhor de tudo, mas ao mesmo tempo, sem nada.
Boa sorte.

Foi assim fantástico