quinta-feira, outubro 30, 2008

Hoje lembrei-me do Variações

Porque hoje me fez sentido tudo isto. E porque percebo que há coisas "intraduziveis", por mais que eu o quisesse. É simples. É só isto. Quero só isto. Viver.



Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver

Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer
e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar, vou fugir ou repetir

(António Variações)



terça-feira, outubro 21, 2008

Saudades

Demasiado tempo livre dá nisto... e andar para um lado e para o outro a remexer fotos também... É só uma maneira de dizer que sinto a vossa falta, estejam nestas imagens ou não (porque há pessoas que odeiam tirar fotos). Ficaram os olhos vermelhos, os enquadramentos deficientes de quando eu tiro fotos. Ficou tudo, porque não me importava. Só queria deixar a vossa imagem. Com saudades. Mas com vontade de voltar cheia de histórias. Passou um mês.




domingo, outubro 05, 2008

Canção simples

Simples. Feliz. Nostálgica. Mágica. Minimalista. Genial. Com palavras belas, ditas e cantadas de forma bela. Hoje é domingo. Está frio e vento lá fora. Mas há palavras que ajudam, e aquecem. Em português. Para me trazer o sol de Portugal, e os risos da minha gente, desde lá longe. Para adormecer a saudade. Para vos ter aqui. Fazem-me muito mais que o sol.




há qualquer coisa de leve na tua mão

qualquer coisa que aquece o coração

ha qualquer coisa quente quando estás

qualquer coisa que prende e nos desfaz

quinta-feira, outubro 02, 2008

Aqui

O que mais me maravilha em mudar de pedacinho geográfico durante uns meses, tem sido este começo...

Aos tropeções, com muitas perguntas, sem sentido de orientação,vou começando a absorver os novos espaços, a conhecer as rotinas, a criar a minha própria rotina.

Dou por mim sentada entre cinco, seis nacionalidades diferentes, e percebo como é extraordinária esta experiência. Todos nós viemos de lugares tão diferentes, com passados de memórias incomparáveis, e conseguimos aqui criar algo em comum, um laço, pontes para o futuro.

Há dias, enquanto passeava na Avenida, percebi que já comecei a gostar deste sítio, e a senti-lo como meu. Tal como em Vila Real. Olho tudo com um ar de companheira, pisco o olho a esta cidade, faço ouvidos moucos aos sons desafinados, à pequenas notas fora de sítio. Porque passa por aí adoptar um lugar. Fazer dele nosso espaço, tomar como nossas as suas batalhas! Kosice não é Viena, como Brno não é Paris. Mas é o meu sítio. Por estes meses, é o meu sítio.

E enquanto o sol morno me entrar pela janela, nas manhãs como a de hoje, não tenho razões para me chatear com o meu sítio. Talvez quando a neve cair, e gelar os passeios, possamos ter uma pirraça... Mas não hoje, e não agora, que ainda estamos a começar.

Vou só aproveitar o sol. O meu novo sol.