domingo, março 06, 2011

As brothers we will stand, and we'll hold your hand



Canções que confortam, daquelas que não hesitamos em ouvir durante todo o dia, daquelas que, mal conhecemos, parecemos ficar prisioneiros. Canções que ajudam!

terça-feira, março 01, 2011

No autocarro, apesar de ser hora de ponta, não vão mais de 20 pessoas. Mais ou menos o habitual, num trajecto relativamente concorrido, aqui no country side....
A música que trago nos ouvidos tenta preencher os espaços vazios à minha volta, pintalgados deste sol de fim de tarde que teima em pôr todo o autocarro à contra-luz. Mal vejo.
Há menos de uma hora, estava a correr para fora do Hospital, mais aborrecida que assustada pelo ruído agudo do alarme. Exercício de evacuação, disseram. Durante todo o dia, o alerta de tornado tinha-nos pairado sobre as cabeças, e a escuridão era tanta que mal se via o outro lado do rio. Um mal nunca vem só, costumam dizer.
E, no entanto, agora o Sol teima em brilhar... não deixa de ser curioso, no dia de hoje como no meu último ano, que haja tempestades e alarmes e desassossego e dores variadas, e depois o Sol insista em brilhar. Ainda que pelo meio de nuvens feias. Ainda que tão forte que me ofusca, o sacana.

quarta-feira, novembro 10, 2010

terça-feira, novembro 02, 2010

Original Soundtrack

Há canções que fazem parte da nossa vida. Há canções que tornamos nossas, e se mantêm sempre assim, como traço identificativo, que ajudam os outros a perceber quem somos. Definem-nos, são espelho de nós (ou nós tornamo-nos espelho delas).
Mas há outras que marcam especificamente momentos, ruído de fundo das nossas conversas, que surgem e eventualmente morrem. São datadas, e vão sempre lembrar-nos um Verão em particular, um fim de tarde, aquele sorriso. Uma pessoa. Um lugar. Um pedaço de nós que já abandonámos. E surge sempre um momento em que temos de abrir mão delas. Deixá-las ir, porque se perdeu o que significavam. Ou porque elas trazem de volta ecos estranhos desse passado.

Abro mão de muitas canções que me são dolorosas. Apago-as, mudo de estação, trauteio qualquer outra coisa se elas são música de elevador. Estranho como elas se tornam quase físicas, como me comprimem o peito e me trazem à memória coisas esquecidas. Mato canções sempre que mato pessoas, lugares, detalhes de vida que preciso pôr de lado.
Meço-me muitas vezes por elas. Porque chega sempre o dia em que as volto a escutar, e em que me pacifico com o passado que elas trazem agarrado. Porque já passou, já se diluiu na memória, e ocupa agora o lugar devido. Como um barómetro de mim.

Por isso sei que estou bem, agora. Porque volto a percorrer ruas acompanhada por canções, novas porque definem novos lugares, novas porque as descobri agora e marcam estas pessoas, e o que elas me significam, são parte de um novo modo de ver e muitas vezes de um novo modo de estar.
Porque são parte da minha personalidade. E, na banda sonora da minha vida, sou assim. Um pouco dramática, mas sempre grandiosa!



quarta-feira, abril 07, 2010

(à) chuva

Na chuva morna de fim de tarde, apuram-se os sentidos. A terra respira de novo, absorve esta morrinha. E as luzes tornam-se mais fortes, a cintilar nas gotas que caem.
Olho através da cortina de água para essas luzes, lá longe. Parada no meio da chuva, sinto que chove muito mais ali, sobre as luzes brilhantes dos candeeiros, do que em mim. E parece-me um bom feeling...

terça-feira, março 02, 2010

...

Poucas vezes me aconteceu, sentir que estou ali sozinha, colada à cadeira, indiferente aos outros espectadores.
Maravilhada pelo espectáculo de luzes, por canções que queria que fossem só minhas, que parecem ser só para mim.
E um sorriso do tamanho do Mundo, por poder estar ali. Por saber que tudo isto faz parte (também) da minha história, e das estórias que vou vivendo.

A sorrir na meia escuridão. Completamente deliciada com o espectáculo do Mundo.

sábado, fevereiro 20, 2010

Confesso

Faziam-me falta, estas noites (confesso).

Ver e rever tanta gente, como acontece sempre nas festas académicas. Furar por entre a multidão, querer ir do ponto A ao ponto B e acabar no ponto S, em vez, perdidas as pessoas que me acompanhavam e despejados nos pés alguns finos, no descontrolo de uma sala demasiado cheia. Deixar-me levar na conversa fiada, nas novidades boas, entrever o brilhozinho nos olhos de uns, a nostalgia de outros, a tristeza mascarada em sorrisos esforçados de um terceiro. Deixar-me ir, sem pensar.

Ou fazer de conta que chegou o Verão, e calcorrear as ruas da Bila, o frio a apertar as mãos no fundo dos bolsos, porque afinal lá fora faz tanto frio, a promessa do café cheio de gente lá ao fundo. Os regressos inesperados, as partidas que não prevíamos nem por nada (e vamos ter saudades, o Pio já não é bem a mesma coisa sem o João de sempre), mas a felicidade genuína por vermos todo o Mundo seguir os seus sonhos, como nós queremos fazer.
E depois ficar por ali, entrar em todos os bares, ouvir todas as canções possíveis, rir, rir, rir... dançar até cair (ou cair antes ainda de dançar), observar por entre as luzes, por entre os copos, com a maior das indiscrições. Mudar de planos, de bar, de festa. Tentar salvar a noite a quem teve mais azar, esquecer por momentos o álcool que sobe no sangue, sorrir descansada porque tudo acaba bem. Porque é sempre assim!
E acabar por entre mais risos, conversa boa, música melhor, confissões e histórias desconexas, que me levam de volta a casa já o dia vai alto. Com o coração quente, com a certeza de ter os mais preciosos amigos.

Terminar a semana com mais regressos. Daqueles bons, de amigos a quem quero tanto. A falta que me faziam as tuas histórias, a conversa séria à mistura com as maiores parvoíces. E deixar o tempo correr, sem me dar conta. E saber que vos tenho aqui. À volta da mesa, indiferentes à noite da noite, outros barulhos, outras luzes. Só com boa companhia, os lábios roxos de tanto brindar, a fome que atacou às 4 da manhã, morrer de rir, a ver e ouvir as coisas mais impossíveis!

Faziam-me falta, sim. Todos. Depois da obrigatoriedade de ser uma pessoa séria, de me dar ares de responsável, de culta, de informada... soube bem voltar a ser eu. Não o contrário de tudo isto, mas isto em doses mais saudáveis aos meus dias.
Ser mais quem me conheço. Com que eu melhor conheço. (Isto era tudo o que eu precisava)

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Paris 1.2


E as luzes? Cliché, eu sei. Mas transformam a cidade completamente, quando a (pouca) luz deste Inverno se vai, e o corre-corre se faz em direcção a casa, ao conforto e ao calor das famílias.

Passeámos pela Paris iluminada uma noite, guiadas por amigos que não podiam ter sido mais extraordinários connosco, e aquela luz encheu-me o coração.

Cada recanto, cada ponte, cada praça, recortavam-se, coloridos, contra o céu muito negro, que ameaçava neve a cada dois passos. E como ela caiu, frente aos nossos olhos e aos olhos admirados dos parisienses, pouco habituados ao branco no centro da cidade.

E a imponência dos grandes edífícios, suavizada pelos detalhes pintados de luz, as varandas onde me perderia, as janelas largas e convidativas.

Lembro-me da tua luz, Paris. Do teu ar sereno, apesar do bulício subterrâneo, dos bairros boémios, dos vendedores de rua. Da cor de papel velho que me descansa o olhar, como um caderno em que já se escreveu muito, cheio de marcas e segredos descobertos a cada página. Descobri-te. E ficou a vontade de te reler (e rever).

domingo, fevereiro 07, 2010

Paris 1.1

A gente. Muita. Cheios de pressa (isso sempre!). O Metro, as suas mil linhas, e tudo o que as pessoas conseguem fazer durante uma viagem.
E um certo ar solene, na sombra que arrefece os dias. Tristes, pesados, sempre iguais. Sempre a correr. Impossível ser feliz, se se passa o dia no corredor do Metro. Por isso se apressam todos, acotovelam-se nas escadas, correm para a liberdade da rua.
Por outro lado, a atracção inexplicável por tudo isto. Pelo dinamismo mecânico que guia toda a gente, as portas que engolem e expulsam gente a cada minuto, o proletariado lado a lado com a classe média de mala Louis Vitton, ahhh como Álvaro de Campos ia adorar Paris!
Gosto de aqui estar, confesso. E fascina-me tudo isto. Como se movem dois milhões de pessoas, como se misturam, se conhecem, se ignoram. Como, apesar de tudo isso, me sinto em paz aqui. E feliz. Muito.
Pelo je ne sais quoi deste sítio. Que passei a respeitar e a querer de uma maneira diferente.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Baú 1.1

...e, num instante antes de dormir, volta-me à memória a imagem daquele pátio, entre prédios, em Constanta. Era sábado de manhã, e uma mulher e um rapaz penduravam um grande tapete numa corda de estender roupa, e batiam-lhe. O pó saltava, espalhava-se baixinho, o dia estava pesado e com nuvens carregadas.
Da janela da sala, poucos andares acima do pátio, observei-os distraidamente. Não lhes dei a mínima importância, confesso.
Os gatilhos que despoletam memórias são sempre um pouco misteriosos. No meu caso, retorcidos. Mas fizeram-me lembrar disto. De como era sábado de Aleluia para mim, e, para eles, faltava ainda uma semana para a Páscoa. De como, no tapete poeirento, na imagem bucólica e tão próxima, sei-o agora, só agora, eu vi de relance a minha própria casa, os meus tapetes ao sol, numa limpeza tão real quanto simbólica, rito de passagem, a três mil longos quilómetros dali.


Que no tengo miedo a que pase el tiempo
Sino que pase y se pierdan los recuerdos.

E as memórias boas, as que reconfortam e dão esperança, merecem ver a luz do dia... E neste dia de Janeiro que prometeu Primavera, sabe bem partilhar.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Ah Paris!

Se tudo correr pelo melhor, é aqui que estarei em Fevereiro... cheia de "responsabilidades", num desafio flash que vai exigir muito mais de mim do que outros, que me pareciam tão maiores...
Pronto, vou passar o Natal a sonhar com Paris. Parece-me bem! :D


E um Feliz Natal para todos! Vocês merecem...




quarta-feira, dezembro 16, 2009

Branco

O entusiasmo da primeira neve é algo que nunca se perde. E repete-se sempre, a cada novo nevão, com a pureza inicial.
Nem sequer acordada estava, na verdade não queria acreditar que já era dia outra vez, e limitei-me a responder mecanicamente ao som cheio do despertador, abri um olho, depois o outro, e li uma mensagem "...vai à janela...", já enviada havia umas horas. Afinal, o granizo que caía quando me deitei tinha-se transformado. "Será?"

E lá estava ela, a cobrir a rua, a polvilhar os carros estacionados... Neve de novo, pouca, tímida, de um carácter português envergonhado, como quem aparece só para dizer olá, e pensa logo que está a incomodar. As poucas pessoas que passavam na rua, faziam-no de forma cuidadosa, a estrear trilhos nos passeios cobertos de algodão doce.


Soube bem. Acordar com a cara gelada, e os olhos de criança, como se visse neve pela primeira vez. Porque os dias de Inverno com neve não são o mesmo que os dias de chuva. São dias claros, e o frio que nos corta também nos acorda. Obriga-nos a reagir, a expulsá-lo com firmeza. Há uma esperança diferente nos dias gelados. Exactamente o que precisava hoje!

E sim, deu saudades... mais do que as que matou.

domingo, dezembro 13, 2009

Hoje, na Bila

Em dias como hoje, apercebo-me da personalidade forte desta terra que me calhou em sortes, e à qual quero tanto.
A noite gela-me, mas depois o dia acorda num Sol cheio de força, disposto a contrariar a névoa e as temperaturas negativas. E eu agradeço-lhe a companhia!

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Optimismo

É preciso uma boa dose de optimismo para nos lançarmos à árdua tarefa de ver o lado positivo das coisas. Mas não é impossível! E há que aproveitar os dias em que nos sentimos assim, optimistas ao cubo. Como hoje.



(e porque optimismo também implica saber relativizar, e juntar a isso uma pitada de bom humor, hoje eu sou uma morsa! Mas uma morsa altamente!)

(imagem daqui I can read )

quarta-feira, dezembro 02, 2009

...

E, eventualmente, depois de dias difíceis voltam os tempos de paz... Custava-me a acreditar nisto, perdida que andava no meio de tanta lágrima, três angústias ao virar de cada esquina, o peso do Mundo inteiro a esmagar-me, invisível...
Mas sim, tinham razão. Quando me diziam que isto ia passar, que os dias iam ser inevitavelmente mais bonitos, que eu podia, e que nada era assim tão mau que justificasse tanto desespero. Obrigada, mesmo, por estarem aqui, por se fazerem ouvir (mais perto ou mais longe, ao vivo e em directo ou por simpáticas e mesmo duras mensagens), acima de tudo por me ouvirem a debitar mágoas que não são vossas e não tinham o dever de ouvir.
Amigos, que éramos sem eles? Ou amigos-em-construção (não são, afinal, todos os amigos e todas as relações processos "em-construção"?), apetece-me, depois das fungadelas e mágoas, partilhar a alegria de os ter por perto.
Porque, apesar de eu não vos merecer, vocês merecem o maior dos meus sorrisos... Obrigada!


(e porque melhores dias trazem outra paz, hoje estou em modo sonhador)



quinta-feira, novembro 26, 2009

Lá dizia o Dylan...

I am against nature. I don't dig nature at all. I think nature is very unnatural. I think the truly natural things are dreams, which nature can't touch with decay.

Bob Dylan in Robert Shelton, No Direction home, ch. 1, "Kaddish," (1986)

E lá ando eu, a viver os meus sonhos como se fossem eles a realidade. Como uma criança que tem pesadelos depois de ver um filme de terror. A acordar sobressaltada, a procurar provas de que aquilo que acabei de sonhar não aconteceu de facto. Porque vai doer. Se aconteceu, se acontecer ainda, vai doer.
Estes meus sonhos, tudo menos naturais, cansam-me. Já devia conhecer-me o suficiente para lhes resistir, e evitar ver em repeat coisas tão duras, feitas por mim para me magoar. Sádica? Hiper-realista? Ou será só esta consciência fortíssima de mim, de todas as minhas limitações, todos os meus defeitos, que me empurra e me mostra: "não adianta, não és capaz, não mereces, nunca vais conseguir"?

Pelo menos, o dia de hoje deixou as sombras de lado, para me alegrar, talvez para me consolar pelas poucas horas de sono. Para me ajudar a esquecer.

terça-feira, novembro 24, 2009

I'm the hero of the story

Às vezes, basta uma palavra, as pessoas certas na hora certa, um sorriso que adivinhamos sincero, uns minutos de companhia boa ou meia dúzia de parvoíces. São os pequenos prazeres da vida. Fazem-nos sentir menos vulneráveis, e ajudam-nos a vencer os dias.

E depois há aquelas canções em que tropeçamos, quase sem querer... e que ficam no ouvido. E que depois queremos conhecer melhor, e lemos, sentimos, e percebemos que afinal aquela canção estava ali à nossa espera. Como esta.



I'm the hero of the story, don't need to be saved...

Regina Spektor

quinta-feira, novembro 19, 2009

Soundtrack for

...my week.

Porque às vezes também queria ser ninguém (mas só às vezes). E nada como nos deixarmos ir até ao chão, com calma, sem sobressaltos, para depois nos reerguermos. Mais fortes. Isso de certeza. Sempre.



somos a fachada
de uma coisa morta
e a vida como que a bater à nossa
porta
quando formos velhos
se um dia formos velhos
quem irá querer saber quem tinha razão
de olhos na falésia
espera pelo vento
ele dá-te a direcção

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

a idade é oca e não pode ser motivo
estás a ver o mundo feito um velho
arquivo
eu caminho e canto pela estrada fora
e o que era mentira pode ser verdade
agora
se o cifrão sustenta a química da vida
porque tens ainda medo de morrer
faltará dinheiro
faltará cultura
faltará procura dentro do teu ser

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

diz-me se ainda esperas encontrar o
sentido
mesmo sendo avesso a vê-lo em ti
vestido
não tens de olhar sem gosto
nem de gostar sem ver
ninguém é quem queria ser

ninguém é quem queria ser
eu queria ser ninguém

Manuel Cruz, Foge Foge Bandido

domingo, novembro 15, 2009

Fugas

...porque há sempre um momento de incerteza, um pânico que me sobe ao peito, o medo de que me arranques a máscara e todos descubram. Tenho-o escondido tão bem, que quase o escondo de mim, já. E só nestes instantes em que me arrisco é que me apercebo disso. De como tenho sido perfeita nesta tarefa. Mas ali, naqueles segundos, volta tudo. O meu gesto tenso, o passo apressado,a minha voz que se torna trémula e denunciadora, os meus olhos que fogem, que te fogem.

E são esses instantes que se prolongam, e se transformam em horas (às vezes dias). Revejo o passado como num velho livro bafiento, as boas recordações cristalizadas, as discussões e as acusações esborratadas, a perder o sentido. Mas bem marcadas, apesar de quase ilegíveis. Porque a tinta vermelha já perdeu a forma, mas manchou as outras páginas, passou por cima dos sorrisos e da quentura dos abraços...

Custa-me, agora como na primeira noite, uma noite morna de fim de Abril, manter a pose, não denunciar, não dar azo a perguntas a que não quero responder. E manter esta espécie de acordo tácito, mútuo desprezo para que se evite a guerra. Seja, pois, assim. Vai-se-me quebrando o coração aos pouquinhos, aos pouquinhos... mas talvez ninguém note, e é melhor assim. Mesmo evitando a guerra, eu não fiquei em paz. E duvido que tu o tenhas conseguido.

sábado, outubro 24, 2009

Uma canção para o fim-de-semana, já que há dias falava de mantras, e de como os necessito. Porque este ano será uma longa viagem, e porque encontro pontos comuns entre as palavras desta menina-mulher e a minha própria vontade.
Fica aqui, para ouvires e levares contigo. Leitor de mp3, volume no máximo, casaco bem apertado e olhos limpos de lágrimas. Como eu a ouvi hoje.







He estao durmiendo a dos metros bajo tierra, y ahora he decidio dormir sobre la tierra.

He pasao tanto tiempo lamentando lo que no entendía, que ahora prefiero que me den la clara del día.

No, no, no, no,...
No más llorá

Empieza mi viaje en la carretera,
Por fin camino sola,
En mi casita con ruedas,
El tiempo será pa mi lo que yo quiera que sea,
Nunca un nido, nunca un muro,
Solo lo que yo quiera.

Recorro montañas, desiertos, ciudades enteras,
No tengo ninguna prisa,
Paro! donde quiera!

La música que llevo
Será mi compañera,
Ahh, ahh, ah...

Aprendí a escuchar las noches
No pienso enterrar mis dolores,
Pa que duelan menos,
Voy a sacarlo de dentro,
Cerca del mar,
Pa que se lo lleve el viento (3)

Hoy pa mi la burra grande,
Ande que ande o no ande,
Que la quiero para
Al que me importune este cante,
Que tengo yo en mi soledad, cientos de canciones
Tararea empeza y sin acaba,

A punto a punto..
Que yo tengo yo en mi soledad,
Cientos de canciones tarareas
Empeza y sin acaba, a punto a punto de estallá.

Y algunas que nadie jamás quiero que comprenda
Porque son pa mi na ma,
Pa mi corazón
Pa mis pensamientos,
Pa mi reflexión,
Pa mi.

No se cuando volvere, no se donde llegare,
No se que me encontrare, no importa... no, no..

Bebe, No más llora

porque...

...afinal a pista está vazia. Descubro-me sozinha, apesar dos corpos que me rodeiam, em movimentos desconexos e palavras sussurradas. E descubro-me falsa perante eles. Uma farsa, tudo, tudo, os meus próprios movimentos, o meu sorriso, as minhas palavras de circunstância. Sou uma farsa que busca aprovação. Procuro o telemóvel e rabisco "Alimentar o meu ego, fazer de conta que há quem goste de mim". E resumo a minha noite.

Só na manhã seguinte, debaixo da água morna que me leva os restos de suor, álcool e tabaco, me dou conta do que escrevi. E sorrio. Porque faz sentido.


(escrito, guardado, libertado. 27/11. parece que hoje ainda me faz mais sentido)