Em jeito de saudades recentes do teu beijo, de frio na pele à falta do teu toque, de frio na alma sem a tua luz que me aquece, de braços vazios sem te ter por perto...
Os dias frios não me chegam para companhia. Estão demasiado luminosos, quase aquecem quando o sol brilha de forma mais intensa. Precisava de frio cortante, aquele que nem o calor deixa chegar ao chão, só luz, fria, aguda, só...
Tenho saudades de mim noutro lugar, acompanhada pelo meu frio, responsável por mim e pelo meu cachecol com as pontas caídas, insuficiente.
Quero vapor branco a acompanhar o som das minhas palavras, narizes vermelhos e faces acordadas pelo frio. A dureza da Natureza como tem de ser no Inverno, estéril e vazia. Horizontes polvilhados de branco, gelo no chão aos primeiros passos da manhã, o movimento como única reacção ao abraço gelado que nos rodeia o corpo.
Em jeito de confissão...

...em jeito de me querer fora daqui.