sexta-feira, junho 30, 2006

Summer comes...

Entrou o Verão, e de alguma forma a paz que eu previa... Continuam os exames, continua a vida (sim, o Mundo gira..), mas agora com uma calma que não conhecia há uns bons meses.
Falta pouco para as férias verdadeiras, a praia, o Sol sem preocupações... mas também para uma saudade grande daquilo que foram estes meses aqui, escondida atrás do Sol nascente.
Volto, com toda a certeza, em Setembro, com vontade de viver mais e melhor... e de conhecer de novo esta terra que também é minha, que me entrou no coração.
Obrigada a quem conheci, obrigada a quem amei, obrigada às lágrimas que chorei e que foram chuva fértil nesta terra quente... foram vocês que me fizeram o que sou agora...
E voltam-me à memória os sons e a voz da "Summer will Bring U over"... toda a nostalgia de um Verão que ainda nem começou... summer will bring u over, we will stay forever... em qualquer praia ou lugar, com os amigos que me enchem o coração...

domingo, junho 25, 2006

Nas palmas das minhas mãos

Uma chávena de leite morno, e uma mão-cheia de biscoitos de chocolate...
... E parece-me ter o Mundo a aquecer nas palmas das minhas mãos.
Será que vem aí o dia quente e confortável que espero há meses?




(São só devaneios em tempo quente...)

domingo, junho 18, 2006

De como crescemos de cada vez que nos magoam

(Nem tudo aqui exprime a minha opinião séria e racional. É apenas um devaneio de quem também se deixa levar pelas emoções. O ser Humano recusa por tendência a dor, embora saiba que tem de passar por ela.)
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Há dias em que a saudade de ser criança é demasiada para se aguentar. Pode parecer demasiado Pessoano, mas não deixa de ser verdade. Aqueles dias em que a responsabilidade máxima era não sujar demasiado a saia nova, ou em que o mais doloroso que nos podiam fazer era chamar-nos feios ou caixa-de-óculos, luzem acima de nós como lembranças de despreocupação e felicidade máximas.
Mas hoje, no mundo real (dolorosamente palpável), não há irmão mais velho que me proteja do gozo dos outros meninos, não há mãe que me cure as feridas com muita tintura de iodo, em desenhos de flores espalhados por toda a perna. Estão longe, no tempo e na distância.
Agora dói a sério, cada golpada, cada ferida.
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Magoaram-me, confesso. Muito, demais em pouco tempo. Os Homens, os Deuses, o Destino. Em poucos meses, parece que veio um tornado e virou a minha vida do avesso. Namorado, amigos, família, muitas mudanças… e a maior parte dolorosas e definitivas.
Mas, ao que parece, é isto que nos faz crescer. A dor é um adubo, puxa por nós, obriga-nos a crescer. Mas este ganhar de raízes mexe comigo.
O principal não é o lado exterior e estereofónico da dor. O choque, a surpresa, o choro, a raiva… passam todos, o tempo apaga-os. Mas a dor de dentro, difusa, fininha, a moer… essa custa mais. É essa que deixa marcas, como novos ramos deixam nós na árvore mãe.

Há um lado em mim que continua a chorar baixinho, mesmo agora que a dor exterior assentou.
O processo é lento, pesado. E assim aprendemos a ser mais atentos, a ser mais desconfiados, mais frios, mais distantes… mais adultos!
Passar para o mundo “dos grandes” é basicamente perder a espontaneidade e a confiança nos outros. Nunca sabemos quem nos pode atingir, ou quem se vai tornar nosso aliado… não se pode arriscar.
Magoaram-me, sim… e eu só quero voltar atrás, fugir do que é real e tão feio… voltar às corridas e aos jogos e aos bichos apanhados no meio do quintal. Cresci, e só quero ser pequenina de novo…
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Crescer por dentro é desiludir a criança que trazemos agarrada a nós.

sexta-feira, junho 09, 2006

Quanto basta

Não foi mais do que um abraço, um beijo no ombro, um sinal de “estou aqui, podes disparatar à vontade”… foi quanto bastou para as lágrimas correrem, para despejar as minhas dores, as minhas incertezas, o medo que trazia de casa, escondido, a formar uma bola no peito.
Tentavas distrair-me, com coisas do quotidiano, mas estava sempre lá qualquer coisa, a moer, a causar-me um cansaço de tudo, um pressentimento, a doer baixinho…
Era meia-noite, e do outro lado da linha confirmavam-me o que eu não queria saber, mas já sabia.
E tu estavas lá, em silêncio. Deixaste-me chorar, sofrer para mim… e depois abraçaste-me.
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Com força...
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Muitas vezes é quanto basta.