sábado, fevereiro 20, 2010

Confesso

Faziam-me falta, estas noites (confesso).

Ver e rever tanta gente, como acontece sempre nas festas académicas. Furar por entre a multidão, querer ir do ponto A ao ponto B e acabar no ponto S, em vez, perdidas as pessoas que me acompanhavam e despejados nos pés alguns finos, no descontrolo de uma sala demasiado cheia. Deixar-me levar na conversa fiada, nas novidades boas, entrever o brilhozinho nos olhos de uns, a nostalgia de outros, a tristeza mascarada em sorrisos esforçados de um terceiro. Deixar-me ir, sem pensar.

Ou fazer de conta que chegou o Verão, e calcorrear as ruas da Bila, o frio a apertar as mãos no fundo dos bolsos, porque afinal lá fora faz tanto frio, a promessa do café cheio de gente lá ao fundo. Os regressos inesperados, as partidas que não prevíamos nem por nada (e vamos ter saudades, o Pio já não é bem a mesma coisa sem o João de sempre), mas a felicidade genuína por vermos todo o Mundo seguir os seus sonhos, como nós queremos fazer.
E depois ficar por ali, entrar em todos os bares, ouvir todas as canções possíveis, rir, rir, rir... dançar até cair (ou cair antes ainda de dançar), observar por entre as luzes, por entre os copos, com a maior das indiscrições. Mudar de planos, de bar, de festa. Tentar salvar a noite a quem teve mais azar, esquecer por momentos o álcool que sobe no sangue, sorrir descansada porque tudo acaba bem. Porque é sempre assim!
E acabar por entre mais risos, conversa boa, música melhor, confissões e histórias desconexas, que me levam de volta a casa já o dia vai alto. Com o coração quente, com a certeza de ter os mais preciosos amigos.

Terminar a semana com mais regressos. Daqueles bons, de amigos a quem quero tanto. A falta que me faziam as tuas histórias, a conversa séria à mistura com as maiores parvoíces. E deixar o tempo correr, sem me dar conta. E saber que vos tenho aqui. À volta da mesa, indiferentes à noite da noite, outros barulhos, outras luzes. Só com boa companhia, os lábios roxos de tanto brindar, a fome que atacou às 4 da manhã, morrer de rir, a ver e ouvir as coisas mais impossíveis!

Faziam-me falta, sim. Todos. Depois da obrigatoriedade de ser uma pessoa séria, de me dar ares de responsável, de culta, de informada... soube bem voltar a ser eu. Não o contrário de tudo isto, mas isto em doses mais saudáveis aos meus dias.
Ser mais quem me conheço. Com que eu melhor conheço. (Isto era tudo o que eu precisava)

1 comentário:

Lugh disse...

Uma coisa que nunca me fez falta foi rever pessoas. Muito menos do mundo académico.